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“ Faze resplandecer o Teu rosto sobre o teu servo. ” Salmo 31:16

Como uma noite sem estrelas, assim fica minha alma, ó Senhor, quando escondes Teu rosto de mim! Meus pés vacilam, os passos são incertos, as mãos tateiam como se fosse meia-noite, o coração contrai-se de medo e pavor indescritíveis.

Ó Luz bendita da minha vida, o que causou Teu afastamento? Por que te escondes por detrás dessas densas nuvens, de modo que eu não possa alegrar-me em Ti?

Infelizmente, minha alma, só pode haver uma resposta à sua pergunta, e ela é muito séria e triste: “ As vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós! ”

Ó meu Senhor, essa acusação é também totalmente verdadeira; mas reconheço minhas transgressões: “Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza. ”

Odeio o pecado que...

Avoluma-se constantemente dentro de mim,

Corrompe meu culto mais sagrado e

Ousa intrometer-se em minhas orações.

Tu sabes que meu clamor sobe a ti todos os dias, quase todas as horas: “ Sara-me, Senhor, porque os meus ossos estão abalados. Também a minha alma está profundamente perturbada; mas Tu, Senhor, até quando? Volta-te, Senhor, e livra a minha alma; salva-me por tua graça! ”.

Não demorará muito para essa oração, se não for sincera, permanecer sem resposta. O Senhor não se agrada de manter Seus filhos na prisão. Ele apenas espera que a transgressão da alma e a necessidade extrema de perdão sejam reconhecidas e confessadas; então Ele se vira para libertar e abençoar. O Sr. Andrew Murray diz: “A vitória verdadeira sobre o pecado é esta: quando a luz entra, a escuridão é posta para fora”. Sim, da mesma forma que os nevoeiros e as sombras desaparecem do céu quando o Sol ilumina a Terra, os pecados, os sofrimentos e os medos fogem diante do rosto radiante e enaltecido do Deus perdoador! Senhor Jesus, bendito Salvador, é da luz de Teu semblante reconciliado que eu preciso para dar fim a esse sofrimento proveniente do pecado. É Tua presença pessoal, e somente ela, dentro de meu coração que pode fazer minha paz fluir como um rio.

“ Faze resplandecer o Teu rosto sobre o teu servo. ” Manifesta-te em meu favor e, por Tua onipotência, realiza o milagre de fazer o Sol nascer em minha alma dissipando toda a escuridão de meu pecado com os raios vivificantes de Teu amor inigualável! “ A minha alma anseia pelo Senhor mais do que os guardas pelo romper da manhã. ”

Ó alma expectante, é certo que Ele virá? Sim, é certo; mais certo que o Sol nascerá amanhã neste mundo, quando as horas de trevas tiverem cumprido sua missão, “ o sol nascente das alturas” visitará aqueles cujos olhos o procuram e aqueles cujos corações anseiam por Ele e pelos gloriosos raios de Sua graça.

Mas houve um tempo, você não se lembra, ó minha alma? Quando escondemos, por assim dizer, o nosso rosto dele. Não, pior que isso, Ele foi “desprezado, e dele não fizemos caso”. Que densa cegueira foi aquela quando não vimos qualquer beleza naquele que é “todo formoso!”.

Ao contrário, muito ao contrário, estaríamos chorando nossa distância Dele e suspirando pela manifestação da Sua doce presença, desejando que Ele nunca mais voltasse a ser para nós somente uma “raiz de terra seca”, sem “aparência nem formosura”.

Agradeçamos a Deus por Ele ter aberto os nossos olhos como uma preparação necessária para vermos a luz. Jamais teríamos orado: “Senhor, faze resplandecer o Teu rosto sobre o teu servo” se não tivéssemos visto a nuvem escura de nossas transgressões, que se colocou entre Ele e a visão de nossa alma quanto ao Seu esplendor.

Sinto-me, hoje, como se estivesse escrevendo a alguém cuja experiência espiritual correspondesse à minha própria e tenho a esperança de que esse alguém será confortado “com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus”.

Querida amiga, não há motivo para continuar nas trevas do afastamento da face do Senhor se você deseja verdadeiramente voltar a receber o Seu favor. Clame, e suplique, pela chegada da Luz da Vida. Ele será para você como “ a luz [que] resplandece nas trevas”; e, antes de terminar de ler essas palavras, você poderá ouvi-lo dizer: “Num ímpeto de indignação, escondi de ti a minha face por um momento; mas com misericórdia eterna me compadeço de ti”.


O Luz, que ofuscas todas as luzes,

Dentro de mim vem fazer habitação;

Ó alegria, que dispersas toda dor.

Entra, peço-te, neste pobre coração!


Trecho retirado do Livro: Palavras de Susannah

Susannah Spurgeon


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